
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
O PLANEJAMENTO ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O
PLANEJAMENTO ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Adriana Raquel Carvalho Viana Silva[1]
Nayara Nascimento de Sousa[2]
Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Estudos Superiores de Imperatriz
RESUMO
Nos
últimos anos a educação infantil vem ganhando espaço na lei de forma notável,
passando, por exemplo, a ser a primeira etapa da educação básica e um direito
garantido a todas as crianças de zero a seis anos de idade. Em contrapartida,
vê-se que ainda há muito a se ganhar, em termos de qualidade de ensino, acesso
e permanência em creches e pré-escolas. O presente artigo tem por finalidade
enfatizar a educação infantil, o que a LDB prevê para esta etapa educacional e
a relevância do planejamento na prática docente. Pretende-se ainda destacar o
professor, ressaltando a importância e as principais dificuldades do
planejamento, além do papel do orientador educacional nesse processo.
Palavras-chave: Educação
infantil. Planejamento. Orientador educacional.
1 INTRODUÇÃO
A educação brasileira está passando por um
processo de desenvolvimento e é possível citar algumas conquistas desse campo,
como a inclusão da educação infantil na educação básica e a obrigatoriedade da
formação superior para professores desse nível. Essas mudanças decorrem de
exigências dos órgãos mundiais, como o Banco Mundial[3]. Porém, em meio a
melhorias, pode-se detectar muitas deficiências na educação, quando se leva em
conta os desafios do professor quanto à prática pedagógica.
Percebe-se que o educador encontra muitas
dificuldades no espaço escolar, como a falta de tempo para planejar suas ações,
os recursos insuficientes, o grande número de alunos e a estrutura física
inadequada para trabalhar.
O presente artigo pretende analisar a
educação infantil, a partir do estudo do RCNEI[4], levando em conta
a LDB[5] 9.394/96, fazendo
uma relação entre o professor, a relevância e dificuldades do planejamento e o
papel do orientador educacional nesse processo.
Para tanto, coloca-se como necessário o
embasamento teórico com os seguintes autores: Almeida (2009), Antunes (2006),
Carneiro (2008), Lück (2008), Ferrari e Guirro (2006), Veiga (2007), além do
RCNEI (2001).
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL: início da
escolarização
A educação infantil, primeira etapa da
educação básica, encontra-se disposta em creches e pré-escolas, atendendo
crianças de zero a seis anos de idade. Segundo a LDB 9.394/96, artigo 29 “a
educação infantil, [...] tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Em seu
artigo 30, ressalta que “será oferecida em: I.creches, ou entidades
equivalentes, para crianças de até três anos de idade e II.pré-escolas, para
crianças de quatro a seis anos de idade”.
A inclusão dessa etapa na educação básica
representa um avanço importantíssimo, pois passa a ser um direito que o Estado
tem obrigação de atender, sendo gratuita e de matrícula não obrigatória, e as
instituições têm o papel de favorecer e estimular o desenvolvimento integral
das crianças, juntamente com a comunidade e a família.
Antunes (2006, p.53) ressalta que “a
educação infantil é crucial na formação da pessoa”, pois tem papel fundamental
no desenvolvimento das crianças, uma vez que é aqui que elas iniciam seu
processo de escolarização, seu contato com outras crianças e adultos, fazem
descobertas e desenvolvem habilidades, uma fase de constante aprendizagem.
Ainda segundo Antunes (2006, p.34), nenhuma
atividade ou jogo desenvolvido para ensinar ou recrear na educação infantil
emerge de uma situação acidental, como “novidade da hora” ou iniciativa isolada
do educador. Todas as ações previstas fazem parte do planejamento intencional.
Na educação infantil, as coisas, as formas,
os tamanhos, os sentimentos e as sensações adquirem nomes a partir de
experiências da criança com o meio em que vive, e sua curiosidade jamais pode
ser desprezada.
O RCNEI (2001, p.21-22) ressalva que a
criança é um ser singular, no sentido de ter seu próprio mundo. O processo de
construção de conhecimento delas é de forma interacionista, ou seja, se dá a
partir da interação com outras crianças, adultos e o meio em que vive.
Atualmente, “compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças
serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus
profissionais” (RCNEI, 2001, p.22).
As escolas devem oferecer apoio especial
aos que demonstram dificuldades na realização de atividades, construção de
conceitos e comportamentos adequados, segundo a sociedade, além das questões
ligadas ao lado afetivo. É imprescindível que os professores tenham uma
formação sólida e continuada, pois as crianças dessa etapa educacional
encontram-se em fase de desenvolvimento psicológico e de personalidade, daí a
importância de planejar coletivamente as ações de forma intencional, para que
se tenha validade na educação e se faça cumprir a lei.
3 O PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL: primeiro educador
formal
Os profissionais que atuam na educação
infantil devem ter formação superior, como coloca a LDB 9.394/96, em seu artigo
62: “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério da educação infantil e nas primeiras séries do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”. A
obrigatoriedade da formação dos professores nesse nível constitui-se em aspecto
imprescindível para uma educação de qualidade.
O acesso ao nível superior proporciona aos
educadores o conhecimento a cerca de questões do mundo infantil, das
necessidades e características das crianças, de propostas de ensino, recursos
importantes para o desenvolvimento de habilidades, contato com outras
experiências e, acima de tudo, o embasamento teórico de sua prática
educacional.
Sabe-se que o trabalho com crianças exige
cuidados e é bastante complexo, uma vez que nessa fase os pequenos encontram-se
em pleno desenvolvimento. Muitas vezes o professor depara-se com diversas
dificuldades em sala de aula e fora do ambiente escolar também, como o pouco
tempo disponível para planejar e para estudar, recursos pedagógicos
insuficientes, estrutura física inadequada, despreparo para atuar e pouca liberdade
profissional, não sabendo muito bem como agir.
O trabalho do educador exige certa
polivalência, como coloca o RCNEI (2001, p.41) que “ser polivalente significa
que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que
abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos
provenientes das diversas áreas do conhecimento”. Nesse sentido, entende-se que
o educador, mesmo diante dos problemas, precisa ser antes de tudo um profissional. É necessário que sua
formação superior e continuada lhe dê suporte para as diversas situações do
cotidiano escolar. De acordo com o RCNEI (2001, p.41)
esse caráter polivalente demanda,
por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se,
ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo
com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando
informações necessárias para o trabalho que desenvolve.
É importante que o professor da educação infantil
domine certas habilidades para que seu trabalho esteja em benefício do
desenvolvimento das crianças, como explica Antunes (2006, p.60) “que sejam desafiadores
[...], responsáveis e sobretudo estudiosos para que mantenham sempre o lado dos
avanços científicos da neurologia, pedagogia, psicologia e psicopedagogia” e
“que dominem estratégias de ensino que possibilitem que as crianças [...]
estruturem projetos, façam explorações, elaborem hipóteses [...]”. Assim,
entende-se que o professor deve ser um pesquisador, busque teóricos que
fundamentem sua prática educacional, procurem jogos e atividades que estimulem
as crianças, além de excitarem seus alunos à construção, à aprendizagem
instigante.
4 O PLANEJAMENTO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL: instrumento da qualidade
Um importante instrumento da prática
pedagógica do professor é o planejamento. É por meio dele que o educador traça
os conteúdos, objetivos, metodologia, recursos e a avaliação para os alunos. Sobre
isso, Veiga (2007b, p.56) diz que
no meio escolar, quando se faz
referência a planejamento do ensino, a idéia que passa é aquela que identifica
o processo por meio do qual são definidos os objetivos, o conteúdo
programático, os procedimentos de ensino, os recursos didáticos, a sistemática
de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia básica a ser consultada
no decorrer de um curso ou de uma matéria de estudo.
Percebe-se que o planejamento, na maioria
das vezes, está sendo utilizado apenas como um meio de ensino eficiente, para a
obtenção de resultados eficazes, com técnicas apropriadas já estabelecidas por
outros. Tem-se, dessa forma, a pedagogia tecnicista[6]
como norteadora das ações em sala de aula.
Na educação infantil pode-se citar o uso do
livro Projecta[7]
como um recurso do tecnicismo. Parte dos educadores utiliza esse material como
único meio de ensino, não levando em conta as particularidades da comunidade
escolar e menos ainda, a individualidade de cada criança, como explicita Veiga
(2007b, p.56) quando diz que
[...] o planejamento do ensino tem-se
apresentado como desvinculado da realidade social, caracterizando-se mais como
uma ação mecânica e burocrática do professor, pouco contribuindo para elevar a
qualidade da ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar.
Uma proposta bastante relevante para a
qualidade de ensino na educação infantil é o planejamento participativo, no
qual essa proposta “mobiliza sujeitos vinculados a processos de socialização em
desenvolvimento no micro-espaço da comunidade escolar: no bairro, na escola e
na família, especialmente” (VEIGA, 2007a, p.137). Assim, toda a comunidade
escolar se integra, a fim de definirem as necessidades e avaliarem os avanços
da educação.
Um aspecto importante para se planejar diz
respeito à definição do objeto, pois, segundo Veiga (2007a, p.136)
em relação à definição do objeto de
planejamento, devemos buscar a demarcação do âmbito das relações da ‘comunidade
escolar’: escola e grupos; escola e instituições. A seguir temos que definir
qual é, ou quais são as esferas do social que vamos priorizar, nos níveis do
conhecimento e da ação planejada, para darmos conta de atingir os objetivos do
planejamento.
É necessário levar em conta a relevância
dos conteúdos para os alunos, para que o planejamento contemple realmente a
criança, que é o objeto do planejamento.
Na perspectiva do planejamento
participativo, esse processo não é visto como uma simples elaboração do plano
de aula é, pois, o compromisso com a aprendizagem dos alunos, a partir da
análise da realidade da comunidade escolar, como coloca Veiga (2007b, p.56-57):
“[...] o real sentido do planejamento do ensino no trabalho do professor é a
organização da ação pedagógica intencional de forma responsável e comprometida
com a formação dos alunos”.
Uma proposta de planejamento participativo envolve
três momentos distintos: o primeiro com o coletivo pedagógico (gestão,
coordenação e corpo docente), o segundo reúne professores de diferentes turmas
e o terceiro com cada sala isolada. Nessa sugestão “[...] o diretor desempenha
um papel-chave. Ele articula a proposta pedagógica, estuda e compartilha as
informações legais e faz a ponte entre o interior e o exterior da escola, além de
representá-la” (FERRARI e GUIRRO, 2006, p.28). Explicando cada fase, tem-se:
·
“Fase 1: do balanço do ano que passou à reflexão em grupo,
depois de tomar contato com as políticas públicas, o coletivo escolar reúne-se
para definir diretrizes [...] e
organizar as turmas para o ano novo” (FERRARI e GUIRRO, 2006, p.28). Sabe-se
que no fim de cada ano letivo, é necessário fazer um levantamento das metas
alcançadas e das não realizadas. O ideal é que essa avaliação seja contínua e
conte com a participação de toda a comunidade escolar, para que estes se sintam
inseridos realmente nesse espaço e encontrem juntos soluções viáveis para os
problemas existentes.
·
“Fase 2: eleger os conteúdos e criar o plano anual dos
professores, com o coordenador, os responsáveis por classes e séries cruzam
informações e montam uma grade coerente com o que os alunos precisam aprender”
(Ferrari e GUIRRO, 2006, p.31). O foco nesse momento está no trabalho didático,
ou seja, nos conteúdos a serem cogitados durante o ano. Na educação infantil, é
necessário ter a participação dos pais para realizar-se um diagnóstico das
crianças e de suas famílias, a fim de traçar objetivos para cada aluno.
·
“Fase 3: hora de fechar o foco na própria classe e pensar
nos detalhes, o professor monta o horário semanal, prepara as atividades e faz
o levantamento de recursos materiais necessários para as aulas” (Ferrari e
GUIRRO, 2006, p.33). Agora, tem-se a fase do planejamento do professor para
cada sala de aula, levando em conta cada aluno, a realidade, as dificuldades e
o desenvolvimento destes. O orientador educacional é um agente importantíssimo
nestes três momentos, pois ele poderá auxiliar o professor quanto a realizar a
avaliação do desenvolvimento de cada criança e, assim, elaborar juntos as
melhores estratégias de ensino.
Desta forma a comunidade escolar em geral
se beneficia, pois todos são ouvidos e podem contribuir com o bom andamento da
escola. Entende-se, assim que
no contexto escolar o planejamento
participativo caracteriza-se pela busca da integração efetiva entre a escola e
a realidade histórico-social, primando pelo inter-relacionamento entre a teoria
e a prática. A participação de professores, alunos, pessoal técnico-pedagógico
e administrativo, bem como dos pais dos alunos, seria o ponto de convergência
das ações voltadas para a produção de
novos conhecimentos, a serem propiciados na escola, tendo como referencial a
realidade histórico-social (VEIGA, 2007b, p.59).
Esse planejamento conduz a comunidade
escolar a uma convivência harmoniosa, uma vez que todos discutem, analisam,
sugerem, e avaliam as decisões tomadas coletivamente. Todos se conscientizam
sobre sua responsabilidade e compromisso com a educação, fazendo sua parte e
contribuindo com a transformação social.
5 O ORIENTADOR
EDUCACIONAL: sua contribuição no planejamento do professor
Durante muito tempo, desde 1920 ̶ quando a
profissão de orientador foi instituída ̶ até aproximadamente a década de 80 ̶
quando a educação passou por profundas transformações[8], o orientador
educacional fora tachado de “pau-pra-toda-obra”, pelo fato de sua função não
ser explícita e, muitas vezes se resumindo a apenas resolver os problemas de
dificuldades dos alunos com questões de ajustamento e notas. O seu trabalho
era, dessa forma, desvinculado do projeto pedagógico da comunidade escolar,
como coloca Lück (2008, p.11) que
o orientador educacional atuaria
seguindo um enfoque muito mais reativo do que proativo, muito mais encaminhando
para atender às demandas e aos problemas imediatos de trabalho na escola do que
para ajudar a imprimir, no seu contexto, uma nova linha de trabalho, uma nova
qualidade que contribuísse para a superação dos seus problemas cotidianos.
Nesse sentido, pode-se dizer que as
contradições colocadas em relação ao papel do orientador educacional decorrem
da não clareza e direcionamento da sua prática escolar, além da falta de
organização de suas atividades. Segundo Lück (2008, p.12), isso ocorria devido
à “falta de explicitação e encaminhamento de uma direção de trabalho orientada
por uma concepção teórica clara sobre sua natureza”, ou seja, não havia uma
definição explicita de seus objetivos e nem um direcionamento teórico para seu
trabalho.
A LDB 9.394/96, artigo 64, coloca que “a
formação de profissionais de educação para administração, planejamento,
inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será
feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a
critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum
nacional”, assim, para exercer a função de orientador educacional é necessário
ter formação superior.
O orientador dos dias atuais tem sua função
voltada para a comunidade escolar em geral, ou seja, deve “atuar de forma a
atender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto
social, o que influencia o processo de aprendizagem” (ALMEIDA, 2009). Esse
pedagogo deve, assim, se preocupar com várias questões, como incentivar a
formação crítica dos alunos, em conjunto com a família e com os professores,
auxiliar de forma direta as reuniões pedagógicas e até mesmo promovê-las,
desenvolver projetos que levem a comunidade para a escola, de forma produtiva e
intencional, além de ajudar na resolução dos problemas da comunidade escolar,
sempre dentro dos seus limites.
Assim, pode-se dizer que o orientador
“precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os
diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações” (ALMEIDA,
2009, p.77) para garantir a qualidade de ensino e o bem estar dos indivíduos
inseridos na comunidade escolar.
Outro aspecto importante a se colocar
quanto à função do orientador educacional diz respeito ao auxílio ao
planejamento do professor. Para explicar essa questão, Lück (2008) elabora cinco
princípios da orientação educacional, sendo eles:
· “a orientação
educacional é um processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado em todo o
currículo escolar” (LÜCK, 2008, p.64). Como processo integrado em todo o
currículo, o orientador tem respaldo para auxiliar o professor com os conteúdos
a ser trabalhados na educação infantil.
· “a orientação
educacional é um processo cooperativo e integrado em que todos os educadores, e
em especial o professor, assumem papel ativo e de relevância” (LÜCK, 2008,
p.65). O orientador deve ajudar o professor a organizar procedimentos e a
traçar metas relevantes para as crianças, pois seu trabalho é cooperativo e
integrado.
· “a orientação
educacional vê o aluno como um ser global que deve desenvolver-se [...] em
todos os aspectos físico, mental, emocional, social, moral estético, político,
educacional e vocacional” (LÜCK, 2008, p.65). O orientador e o professor têm
uma preocupação em comum: o desenvolvimento integral das crianças. Para fazer
cumprir a lei, ambos devem trabalhar em conjunto, elaborando um planejamento
que concentre as expectativas de aprendizagem da criança, levando em
consideração a realidade de vida de cada uma.
· “a orientação
educacional é um processo de assistência direta ou indireta a todos os
educandos, indistintamente” (LÜCK, 2008, p.66). Além da prestação de
assistência aos alunos, o planejamento participativo propõe o respeito às
diferenças e o pedagogo deve orientar o professor quanto à valorização da
individualidade das crianças.
· “a orientação
educacional procura antes de tudo promover situações e condições que favoreçam
o desenvolvimento do educando e prevenir situações de dificuldade, e não
estabelecer-se recursos de remediação [...]” (LÜCK, 2008, p.66). Um papel
imprescindível do orientador é quanto à prevenção. A educação infantil exige
muito esse caráter preventivo, tanto para o corpo discente quanto para a
família. O planejamento do professor deve levar em conta esse aspecto, para que
não seja necessário usar a remediação.
Assim, o orientador educacional desempenha
uma função relevante na escola quanto ao auxílio ao professor, especialmente na
elaboração do planejamento. Percebe-se que o educador não trabalha de forma
isolada, ele necessita de orientações para, em conjunto com a equipe
pedagógica, realizar um trabalho coerente e compromissado com o desenvolvimento
das crianças.
6 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Tendo em vista os pontos abordados ao longo
deste trabalho, ressalta-se a importância da educação infantil para o processo
de desenvolvimento integral da criança, visto que é nessa etapa que elas estão
em desenvolvimento de suas diversas habilidades.
No decorrer do artigo, buscou-se analisar
também as dificuldades do professor quanto à prática pedagógica, ressaltando a
questão do planejamento participativo e numa visão resumida de tecnicismo. A
partir das considerações feitas, percebe-se que o planejamento ainda é visto
como algo difícil de elaborar, por ter que contemplar vários aspectos em
relação à criança e à comunidade escolar.
A partir desses assuntos, delineou-se, por
fim, algumas estratégias com relação ao papel do orientador educacional no
processo do planejamento. Viu-se que à esse pedagogo cabe participar,
questionar, sugerir e construir, juntamente com a comunidade escolar, um
planejamento que beneficie a educação infantil como um todo. Deve-se ter em
mente que essa etapa educacional requer da equipe pedagógica muito estudo e
auxílio, por se tratar do cuidado e da educação de crianças de zero até seis
anos de idade.
Este trabalho pretende, assim, contribuir
nas discussões a cerca da educação infantil, das dificuldades do professor, do planejamento
participativo e do papel do orientador, a fim de buscar cada vez mais melhorias
para a educação e contribuir para a transformação do sistema educacional.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA,
Daniela. O Mediador da Escola. Nova
Escola. São Paulo, ano XXIV, n 220, p. 76-79, mar. 2009.
ANTUNES,
Celso. Educação Infantil: prioridade
imprescindível. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2006.
BRASIL.
Ministério da Educação. Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 2001. 1v.
CARNEIRO,
Moaci Alves. LDB Fácil: leitura
crítico-compreensiva: artigo a artigo. 15 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
FERRARI,
Márcio e GUIRRO, Rose. Trabalho de todos e de cada um. Nova Escola, São Paulo, ano XXI, n 195, p. 26-34, dez. 2006.
LÜCK,
Heloísa. Planejamento em Orientação
Educacional. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
VEIGA,
Ilma Passos Alencastro (Org.). Projeto
Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 23 ed. Campinas:
Papirus, 2007a.

Disponível
em:<< http://www.projecta.edu.br/pagina/51/projecta-melhor-escola---material-didatico---colecao-projecta---educacao-infantil.aspx
>>Acessado em: 03/12/2012
[1] Acadêmica do curso de Pedagogia, do CESI/UEMA.
[2] Acadêmica do curso de Pedagogia, do CESI/UEMA.
[3]
Banco Mundial: instituição financeira que
concede empréstimos aos países em troca de medidas pré-fixadas.
[4]
RCNEI (Referencial Nacional Curricular para a
Educação Infantil): conjunto de orientações para os profissionais da educação
infantil, no que diz respeito ao planejamento, desenvolvimento e avaliação de
práticas educacionais.
[5]
LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional), 9.394/96, de 20 de dezembro. Regulariza a educação nacional.
[6] Pedagogia tecnicista: surge no Brasil em meados da
década de 50, mas é introduzida efetivamente no final dos anos 60, com
predomínio a partir de 1978. As principais características são o ensino
técnico, sem aprofundamento teórico, valorização dos métodos, e busca de
resultados eficientes.
[7] Livro Projecta: a Coleção Projecta constitui-se em propostas de ensino, com base nas
necessidades de cada município, levando em conta as diferentes realidades,
contextos e públicos, e, como cada escola tem condições específicas, propõe
trabalhos distintos. Foi desenvolvida
com base nas novas demandas da educação.
[8]
As transformações ocorridas na década de 80 se
referem ao período de abertura política, após a ditadura militar. Isso
possibilitou a nova organização da sociedade civil e da política. Surgem também
vários movimentos pela educação, a fim de conscientizar os indivíduos quanto
aos seus direitos e deveres. Era através da educação que isso se tornava
possível, vista como o principal instrumento de formação da cidadania.
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