quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O PLANEJAMENTO ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL


O PLANEJAMENTO ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Adriana Raquel Carvalho Viana Silva[1]
Nayara Nascimento de Sousa[2]
Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Estudos Superiores de Imperatriz

RESUMO
Nos últimos anos a educação infantil vem ganhando espaço na lei de forma notável, passando, por exemplo, a ser a primeira etapa da educação básica e um direito garantido a todas as crianças de zero a seis anos de idade. Em contrapartida, vê-se que ainda há muito a se ganhar, em termos de qualidade de ensino, acesso e permanência em creches e pré-escolas. O presente artigo tem por finalidade enfatizar a educação infantil, o que a LDB prevê para esta etapa educacional e a relevância do planejamento na prática docente. Pretende-se ainda destacar o professor, ressaltando a importância e as principais dificuldades do planejamento, além do papel do orientador educacional nesse processo.

Palavras-chave: Educação infantil. Planejamento. Orientador educacional.

1 INTRODUÇÃO

A educação brasileira está passando por um processo de desenvolvimento e é possível citar algumas conquistas desse campo, como a inclusão da educação infantil na educação básica e a obrigatoriedade da formação superior para professores desse nível. Essas mudanças decorrem de exigências dos órgãos mundiais, como o Banco Mundial[3]. Porém, em meio a melhorias, pode-se detectar muitas deficiências na educação, quando se leva em conta os desafios do professor quanto à prática pedagógica.
Percebe-se que o educador encontra muitas dificuldades no espaço escolar, como a falta de tempo para planejar suas ações, os recursos insuficientes, o grande número de alunos e a estrutura física inadequada para trabalhar.
O presente artigo pretende analisar a educação infantil, a partir do estudo do RCNEI[4], levando em conta a LDB[5] 9.394/96, fazendo uma relação entre o professor, a relevância e dificuldades do planejamento e o papel do orientador educacional nesse processo.
Para tanto, coloca-se como necessário o embasamento teórico com os seguintes autores: Almeida (2009), Antunes (2006), Carneiro (2008), Lück (2008), Ferrari e Guirro (2006), Veiga (2007), além do RCNEI (2001).

2 A EDUCAÇÃO INFANTIL: início da escolarização

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, encontra-se disposta em creches e pré-escolas, atendendo crianças de zero a seis anos de idade. Segundo a LDB 9.394/96, artigo 29 “a educação infantil, [...] tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Em seu artigo 30, ressalta que “será oferecida em: I.creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e II.pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade”.
A inclusão dessa etapa na educação básica representa um avanço importantíssimo, pois passa a ser um direito que o Estado tem obrigação de atender, sendo gratuita e de matrícula não obrigatória, e as instituições têm o papel de favorecer e estimular o desenvolvimento integral das crianças, juntamente com a comunidade e a família.
Antunes (2006, p.53) ressalta que “a educação infantil é crucial na formação da pessoa”, pois tem papel fundamental no desenvolvimento das crianças, uma vez que é aqui que elas iniciam seu processo de escolarização, seu contato com outras crianças e adultos, fazem descobertas e desenvolvem habilidades, uma fase de constante aprendizagem.
Ainda segundo Antunes (2006, p.34), nenhuma atividade ou jogo desenvolvido para ensinar ou recrear na educação infantil emerge de uma situação acidental, como “novidade da hora” ou iniciativa isolada do educador. Todas as ações previstas fazem parte do planejamento intencional.
Na educação infantil, as coisas, as formas, os tamanhos, os sentimentos e as sensações adquirem nomes a partir de experiências da criança com o meio em que vive, e sua curiosidade jamais pode ser desprezada.
O RCNEI (2001, p.21-22) ressalva que a criança é um ser singular, no sentido de ter seu próprio mundo. O processo de construção de conhecimento delas é de forma interacionista, ou seja, se dá a partir da interação com outras crianças, adultos e o meio em que vive. Atualmente, “compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais” (RCNEI, 2001, p.22).
As escolas devem oferecer apoio especial aos que demonstram dificuldades na realização de atividades, construção de conceitos e comportamentos adequados, segundo a sociedade, além das questões ligadas ao lado afetivo. É imprescindível que os professores tenham uma formação sólida e continuada, pois as crianças dessa etapa educacional encontram-se em fase de desenvolvimento psicológico e de personalidade, daí a importância de planejar coletivamente as ações de forma intencional, para que se tenha validade na educação e se faça cumprir a lei.

3 O PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL: primeiro educador formal

Os profissionais que atuam na educação infantil devem ter formação superior, como coloca a LDB 9.394/96, em seu artigo 62: “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério da educação infantil e nas primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”. A obrigatoriedade da formação dos professores nesse nível constitui-se em aspecto imprescindível para uma educação de qualidade.
O acesso ao nível superior proporciona aos educadores o conhecimento a cerca de questões do mundo infantil, das necessidades e características das crianças, de propostas de ensino, recursos importantes para o desenvolvimento de habilidades, contato com outras experiências e, acima de tudo, o embasamento teórico de sua prática educacional.
Sabe-se que o trabalho com crianças exige cuidados e é bastante complexo, uma vez que nessa fase os pequenos encontram-se em pleno desenvolvimento. Muitas vezes o professor depara-se com diversas dificuldades em sala de aula e fora do ambiente escolar também, como o pouco tempo disponível para planejar e para estudar, recursos pedagógicos insuficientes, estrutura física inadequada, despreparo para atuar e pouca liberdade profissional, não sabendo muito bem como agir.
O trabalho do educador exige certa polivalência, como coloca o RCNEI (2001, p.41) que “ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento”. Nesse sentido, entende-se que o educador, mesmo diante dos problemas, precisa ser antes de tudo um profissional. É necessário que sua formação superior e continuada lhe dê suporte para as diversas situações do cotidiano escolar. De acordo com o RCNEI (2001, p.41)

esse caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve.

É importante que o professor da educação infantil domine certas habilidades para que seu trabalho esteja em benefício do desenvolvimento das crianças, como explica Antunes (2006, p.60) “que sejam desafiadores [...], responsáveis e sobretudo estudiosos para que mantenham sempre o lado dos avanços científicos da neurologia, pedagogia, psicologia e psicopedagogia” e “que dominem estratégias de ensino que possibilitem que as crianças [...] estruturem projetos, façam explorações, elaborem hipóteses [...]”. Assim, entende-se que o professor deve ser um pesquisador, busque teóricos que fundamentem sua prática educacional, procurem jogos e atividades que estimulem as crianças, além de excitarem seus alunos à construção, à aprendizagem instigante.

4 O PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: instrumento da qualidade

Um importante instrumento da prática pedagógica do professor é o planejamento. É por meio dele que o educador traça os conteúdos, objetivos, metodologia, recursos e a avaliação para os alunos. Sobre isso, Veiga (2007b, p.56) diz que

no meio escolar, quando se faz referência a planejamento do ensino, a idéia que passa é aquela que identifica o processo por meio do qual são definidos os objetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino, os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem, bem como a bibliografia básica a ser consultada no decorrer de um curso ou de uma matéria de estudo.

Percebe-se que o planejamento, na maioria das vezes, está sendo utilizado apenas como um meio de ensino eficiente, para a obtenção de resultados eficazes, com técnicas apropriadas já estabelecidas por outros. Tem-se, dessa forma, a pedagogia tecnicista[6] como norteadora das ações em sala de aula.
Na educação infantil pode-se citar o uso do livro Projecta[7] como um recurso do tecnicismo. Parte dos educadores utiliza esse material como único meio de ensino, não levando em conta as particularidades da comunidade escolar e menos ainda, a individualidade de cada criança, como explicita Veiga (2007b, p.56) quando diz que

[...] o planejamento do ensino tem-se apresentado como desvinculado da realidade social, caracterizando-se mais como uma ação mecânica e burocrática do professor, pouco contribuindo para elevar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar.

Uma proposta bastante relevante para a qualidade de ensino na educação infantil é o planejamento participativo, no qual essa proposta “mobiliza sujeitos vinculados a processos de socialização em desenvolvimento no micro-espaço da comunidade escolar: no bairro, na escola e na família, especialmente” (VEIGA, 2007a, p.137). Assim, toda a comunidade escolar se integra, a fim de definirem as necessidades e avaliarem os avanços da educação.
Um aspecto importante para se planejar diz respeito à definição do objeto, pois, segundo Veiga (2007a, p.136)

em relação à definição do objeto de planejamento, devemos buscar a demarcação do âmbito das relações da ‘comunidade escolar’: escola e grupos; escola e instituições. A seguir temos que definir qual é, ou quais são as esferas do social que vamos priorizar, nos níveis do conhecimento e da ação planejada, para darmos conta de atingir os objetivos do planejamento.

É necessário levar em conta a relevância dos conteúdos para os alunos, para que o planejamento contemple realmente a criança, que é o objeto do planejamento.
Na perspectiva do planejamento participativo, esse processo não é visto como uma simples elaboração do plano de aula é, pois, o compromisso com a aprendizagem dos alunos, a partir da análise da realidade da comunidade escolar, como coloca Veiga (2007b, p.56-57): “[...] o real sentido do planejamento do ensino no trabalho do professor é a organização da ação pedagógica intencional de forma responsável e comprometida com a formação dos alunos”.
Uma proposta de planejamento participativo envolve três momentos distintos: o primeiro com o coletivo pedagógico (gestão, coordenação e corpo docente), o segundo reúne professores de diferentes turmas e o terceiro com cada sala isolada. Nessa sugestão “[...] o diretor desempenha um papel-chave. Ele articula a proposta pedagógica, estuda e compartilha as informações legais e faz a ponte entre o interior e o exterior da escola, além de representá-la” (FERRARI e GUIRRO, 2006, p.28). Explicando cada fase, tem-se:
·               “Fase 1: do balanço do ano que passou à reflexão em grupo, depois de tomar contato com as políticas públicas, o coletivo escolar reúne-se para  definir diretrizes [...] e organizar as turmas para o ano novo” (FERRARI e GUIRRO, 2006, p.28). Sabe-se que no fim de cada ano letivo, é necessário fazer um levantamento das metas alcançadas e das não realizadas. O ideal é que essa avaliação seja contínua e conte com a participação de toda a comunidade escolar, para que estes se sintam inseridos realmente nesse espaço e encontrem juntos soluções viáveis para os problemas existentes.
·               “Fase 2: eleger os conteúdos e criar o plano anual dos professores, com o coordenador, os responsáveis por classes e séries cruzam informações e montam uma grade coerente com o que os alunos precisam aprender” (Ferrari e GUIRRO, 2006, p.31). O foco nesse momento está no trabalho didático, ou seja, nos conteúdos a serem cogitados durante o ano. Na educação infantil, é necessário ter a participação dos pais para realizar-se um diagnóstico das crianças e de suas famílias, a fim de traçar objetivos para cada aluno.
·               “Fase 3: hora de fechar o foco na própria classe e pensar nos detalhes, o professor monta o horário semanal, prepara as atividades e faz o levantamento de recursos materiais necessários para as aulas” (Ferrari e GUIRRO, 2006, p.33). Agora, tem-se a fase do planejamento do professor para cada sala de aula, levando em conta cada aluno, a realidade, as dificuldades e o desenvolvimento destes. O orientador educacional é um agente importantíssimo nestes três momentos, pois ele poderá auxiliar o professor quanto a realizar a avaliação do desenvolvimento de cada criança e, assim, elaborar juntos as melhores estratégias de ensino.
Desta forma a comunidade escolar em geral se beneficia, pois todos são ouvidos e podem contribuir com o bom andamento da escola. Entende-se, assim que

no contexto escolar o planejamento participativo caracteriza-se pela busca da integração efetiva entre a escola e a realidade histórico-social, primando pelo inter-relacionamento entre a teoria e a prática. A participação de professores, alunos, pessoal técnico-pedagógico e administrativo, bem como dos pais dos alunos, seria o ponto de convergência das ações voltadas para a  produção de novos conhecimentos, a serem propiciados na escola, tendo como referencial a realidade histórico-social (VEIGA, 2007b, p.59).

Esse planejamento conduz a comunidade escolar a uma convivência harmoniosa, uma vez que todos discutem, analisam, sugerem, e avaliam as decisões tomadas coletivamente. Todos se conscientizam sobre sua responsabilidade e compromisso com a educação, fazendo sua parte e contribuindo com a transformação social.

5 O ORIENTADOR EDUCACIONAL: sua contribuição no planejamento do professor

Durante muito tempo, desde 1920 ̶ quando a profissão de orientador foi instituída ̶ até aproximadamente a década de 80 ̶ quando a educação passou por profundas transformações[8], o orientador educacional fora tachado de “pau-pra-toda-obra”, pelo fato de sua função não ser explícita e, muitas vezes se resumindo a apenas resolver os problemas de dificuldades dos alunos com questões de ajustamento e notas. O seu trabalho era, dessa forma, desvinculado do projeto pedagógico da comunidade escolar, como coloca Lück (2008, p.11) que

o orientador educacional atuaria seguindo um enfoque muito mais reativo do que proativo, muito mais encaminhando para atender às demandas e aos problemas imediatos de trabalho na escola do que para ajudar a imprimir, no seu contexto, uma nova linha de trabalho, uma nova qualidade que contribuísse para a superação dos seus problemas cotidianos.

Nesse sentido, pode-se dizer que as contradições colocadas em relação ao papel do orientador educacional decorrem da não clareza e direcionamento da sua prática escolar, além da falta de organização de suas atividades. Segundo Lück (2008, p.12), isso ocorria devido à “falta de explicitação e encaminhamento de uma direção de trabalho orientada por uma concepção teórica clara sobre sua natureza”, ou seja, não havia uma definição explicita de seus objetivos e nem um direcionamento teórico para seu trabalho.
A LDB 9.394/96, artigo 64, coloca que “a formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional”, assim, para exercer a função de orientador educacional é necessário ter formação superior.
O orientador dos dias atuais tem sua função voltada para a comunidade escolar em geral, ou seja, deve “atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem” (ALMEIDA, 2009). Esse pedagogo deve, assim, se preocupar com várias questões, como incentivar a formação crítica dos alunos, em conjunto com a família e com os professores, auxiliar de forma direta as reuniões pedagógicas e até mesmo promovê-las, desenvolver projetos que levem a comunidade para a escola, de forma produtiva e intencional, além de ajudar na resolução dos problemas da comunidade escolar, sempre dentro dos seus limites.
Assim, pode-se dizer que o orientador “precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações” (ALMEIDA, 2009, p.77) para garantir a qualidade de ensino e o bem estar dos indivíduos inseridos na comunidade escolar.
Outro aspecto importante a se colocar quanto à função do orientador educacional diz respeito ao auxílio ao planejamento do professor. Para explicar essa questão, Lück (2008) elabora cinco princípios da orientação educacional, sendo eles:
·      “a orientação educacional é um processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado em todo o currículo escolar” (LÜCK, 2008, p.64). Como processo integrado em todo o currículo, o orientador tem respaldo para auxiliar o professor com os conteúdos a ser trabalhados na educação infantil.
·      “a orientação educacional é um processo cooperativo e integrado em que todos os educadores, e em especial o professor, assumem papel ativo e de relevância” (LÜCK, 2008, p.65). O orientador deve ajudar o professor a organizar procedimentos e a traçar metas relevantes para as crianças, pois seu trabalho é cooperativo e integrado.
·      “a orientação educacional vê o aluno como um ser global que deve desenvolver-se [...] em todos os aspectos físico, mental, emocional, social, moral estético, político, educacional e vocacional” (LÜCK, 2008, p.65). O orientador e o professor têm uma preocupação em comum: o desenvolvimento integral das crianças. Para fazer cumprir a lei, ambos devem trabalhar em conjunto, elaborando um planejamento que concentre as expectativas de aprendizagem da criança, levando em consideração a realidade de vida de cada uma.
·      “a orientação educacional é um processo de assistência direta ou indireta a todos os educandos, indistintamente” (LÜCK, 2008, p.66). Além da prestação de assistência aos alunos, o planejamento participativo propõe o respeito às diferenças e o pedagogo deve orientar o professor quanto à valorização da individualidade das crianças.
·      “a orientação educacional procura antes de tudo promover situações e condições que favoreçam o desenvolvimento do educando e prevenir situações de dificuldade, e não estabelecer-se recursos de remediação [...]” (LÜCK, 2008, p.66). Um papel imprescindível do orientador é quanto à prevenção. A educação infantil exige muito esse caráter preventivo, tanto para o corpo discente quanto para a família. O planejamento do professor deve levar em conta esse aspecto, para que não seja necessário usar a remediação.
Assim, o orientador educacional desempenha uma função relevante na escola quanto ao auxílio ao professor, especialmente na elaboração do planejamento. Percebe-se que o educador não trabalha de forma isolada, ele necessita de orientações para, em conjunto com a equipe pedagógica, realizar um trabalho coerente e compromissado com o desenvolvimento das crianças.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os pontos abordados ao longo deste trabalho, ressalta-se a importância da educação infantil para o processo de desenvolvimento integral da criança, visto que é nessa etapa que elas estão em desenvolvimento de suas diversas habilidades.
No decorrer do artigo, buscou-se analisar também as dificuldades do professor quanto à prática pedagógica, ressaltando a questão do planejamento participativo e numa visão resumida de tecnicismo. A partir das considerações feitas, percebe-se que o planejamento ainda é visto como algo difícil de elaborar, por ter que contemplar vários aspectos em relação à criança e à comunidade escolar.
A partir desses assuntos, delineou-se, por fim, algumas estratégias com relação ao papel do orientador educacional no processo do planejamento. Viu-se que à esse pedagogo cabe participar, questionar, sugerir e construir, juntamente com a comunidade escolar, um planejamento que beneficie a educação infantil como um todo. Deve-se ter em mente que essa etapa educacional requer da equipe pedagógica muito estudo e auxílio, por se tratar do cuidado e da educação de crianças de zero até seis anos de idade.
Este trabalho pretende, assim, contribuir nas discussões a cerca da educação infantil, das dificuldades do professor, do planejamento participativo e do papel do orientador, a fim de buscar cada vez mais melhorias para a educação e contribuir para a transformação do sistema educacional.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Daniela. O Mediador da Escola. Nova Escola. São Paulo, ano XXIV, n 220, p. 76-79, mar. 2009.

ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 2001. 1v.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil: leitura crítico-compreensiva: artigo a artigo. 15 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

FERRARI, Márcio e GUIRRO, Rose. Trabalho de todos e de cada um. Nova Escola, São Paulo, ano XXI, n 195, p. 26-34, dez. 2006.

LÜCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 23 ed. Campinas: Papirus, 2007a.

                                       . Repensando a Didática. 25 ed. Campinas: Papirus, 2007b.







[1] Acadêmica do curso de Pedagogia, do CESI/UEMA.
[2] Acadêmica do curso de Pedagogia, do CESI/UEMA.
[3] Banco Mundial: instituição financeira que concede empréstimos aos países em troca de medidas pré-fixadas.
[4] RCNEI (Referencial Nacional Curricular para a Educação Infantil): conjunto de orientações para os profissionais da educação infantil, no que diz respeito ao planejamento, desenvolvimento e avaliação de práticas educacionais.
[5] LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 9.394/96, de 20 de dezembro. Regulariza a educação nacional.
[6] Pedagogia tecnicista: surge no Brasil em meados da década de 50, mas é introduzida efetivamente no final dos anos 60, com predomínio a partir de 1978. As principais características são o ensino técnico, sem aprofundamento teórico, valorização dos métodos, e busca de resultados eficientes.
[7] Livro Projecta: a Coleção Projecta constitui-se em propostas de ensino, com base nas necessidades de cada município, levando em conta as diferentes realidades, contextos e públicos, e, como cada escola tem condições específicas, propõe trabalhos distintos.  Foi desenvolvida com base nas novas demandas da educação.
[8] As transformações ocorridas na década de 80 se referem ao período de abertura política, após a ditadura militar. Isso possibilitou a nova organização da sociedade civil e da política. Surgem também vários movimentos pela educação, a fim de conscientizar os indivíduos quanto aos seus direitos e deveres. Era através da educação que isso se tornava possível, vista como o principal instrumento de formação da cidadania.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

THE CLIMB - MILEY CYRUS


A Escalada

Eu quase posso ver
O sonho que estou sonhando, mas
Há uma voz dentro da minha cabeça dizendo
Você nunca vai alcança-lo

Cada passo que eu estou dando
Cada movimento que eu faço, parece
Perdido, está sem direção

Minha fé está abalada
Mas eu, eu tenho que continuar tentando
Tenho que manter minha cabeça erguida

Sempre haverá outra montanha
Eu sempre vou querer move-la
Sempre será uma batalha difícil
Às vezes eu terei que perder

Não é sobre o quão rápido eu chego lá
Não é sobre quem está esperando
Do outro lado
É a escalada

As lutas que estou enfrentando
As oportunidades que eu estou tendo
Às vezes podem me derrubar, mas
Não, eu não estou caindo
Eu posso não saber disso

Mas estes são os momentos que
Eu mais vou lembrar, yeah
Só tenho que continuar
E eu, eu tenho que ser forte
Continuar empurrando

Porque, sempre haverá outra montanha
Eu sempre vou querer move-la
Sempre será uma batalha difícil
Às vezes eu terei que perder

Não é sobre o quão rápido eu chego lá
Não é sobre o que está esperando do outro lado
É a escalada

Porque, sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer move-la
Sempre será uma batalha difícil
Às vezes eu terei que perder

Não é sobre o quão rápido eu chego lá
Não é sobre o que está do outro lado
É a escalada

Continue em movimento, continue escalando
Mantenha a fé, baby

É tudo sobre
É tudo sobre a escalada

Mantenha a fé
Mantenha a sua fé

Tempo Perdido - Renato Russo


Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem...e selvagem...e selvagem!
Veja o sol dessa manhã tão cinza:
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo:
Temos nosso próprio tempo.
Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido, ninguem prometeu
Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens
tao jovens
tao jovens...